O Governo do Pará está prestes a entregar a gestão da água dos 126 municípios paraenses à iniciativa privada. A licitação, que acontece no dia 11 de abril de 2025, prevê uma concessão de 40 anos, tempo em que as empresas vencedoras terão controle sobre o abastecimento de água e esgoto no estado.
Investimento parece alto, mas não é bem assim
O projeto prevê um investimento total de R$ 18 bilhões ao longo dessas quatro décadas. Porém, se dividirmos esse valor pelos 126 municípios, pelos 40 anos e pelos 12 meses de cada ano, o investimento médio por município será de apenas R$ 3 milhões por ano.
Para se ter uma ideia, em cidades como Canaã dos Carajás, esse valor não chega nem ao que o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) investe mensalmente para manter e melhorar o abastecimento de água. Ou seja, apesar do número bilionário parecer grande, na prática, o impacto real pode ser muito menor do que o necessário.
Risco de monopólio e encarecimento da conta de água
Um dos pontos mais preocupantes da licitação é que uma das empresas interessadas na concessão é a Equatorial, que já é alvo de críticas pelo serviço de energia elétrica prestado no estado. Caso vença a licitação, ela pode passar a controlar tanto a energia quanto a água, o que representa um risco para a população, podendo gerar tarifas mais altas e baixa qualidade nos serviços.
Além disso, há a suspeita de que grandes indústrias agrícolas podem se beneficiar diretamente, tendo acesso privilegiado à água enquanto a população pode acabar pagando mais caro pelo serviço.
Com pouca divulgação e muitas dúvidas no ar, o fato é que, se concretizada, essa concessão pode definir o futuro do abastecimento de água no Pará pelas próximas quatro décadas.
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