PF desmantela esquema milionário de festas e regalias em presídio de Pernambuco
Operação “La Catedral” revelou esquema que durava sete anos no Presídio de Igarassu, envolvendo servidores e criminoso
Dias antes do Carnaval de 2025, a Polícia Federal deflagrou a operação “La Catedral”, que desmantelou um esquema de luxo e corrupção no Presídio de Igarassu, em Pernambuco. Durante sete anos, a unidade prisional funcionou como um verdadeiro centro de festas e mordomias, com abundância de comida e bebida, videogames, sistemas de som e a entrada irrestrita de convidados a qualquer hora do dia ou da noite.
A ação resultou no cumprimento de nove mandados de prisão preventiva, 12 de busca e apreensão, além do afastamento imediato de servidores envolvidos. Segundo as investigações, agentes penitenciários e o próprio diretor do presídio facilitaram a entrada de itens proibidos e permitiram os eventos em troca de propina.
Detento comandava esquema milionário de dentro da prisão
O principal articulador do esquema foi identificado como o detento Lyferson Barbosa da Silva, que, além de organizar as festas, também comandava o tráfico de drogas dentro da unidade prisional com a conivência de servidores. Após a operação, ele foi transferido para um presídio federal, onde ficará sob regime de segurança máxima.
A operação foi deflagrada em sete cidades, incluindo Recife (PE) e Campo Grande (MS), e resultou no sequestro de bens dos investigados, em uma tentativa de desarticular a rede criminosa que movimentava altos valores com as atividades ilícitas dentro do presídio.
Crimes e possíveis punições
Os envolvidos poderão responder por uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, além de participação em organização criminosa. Caso condenados, as penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
O caso levanta questionamentos sobre a fragilidade do sistema penitenciário e a necessidade de medidas mais rígidas para coibir a corrupção e o controle do crime organizado dentro das unidades prisionais. Especialistas apontam que episódios como este demonstram a necessidade de reforço na fiscalização, maior transparência na gestão carcerária e punições severas para servidores corruptos.
A Polícia Federal segue com as investigações e não descarta novas prisões e desdobramentos do caso nos próximos dias.
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