Durante uma entrevista coletiva, o secretário de Assistência Social, Niel Armstrong, falou sobre a grave situação do Acolhimento Esperança, onde uma criança foi vítima de abuso sexual por dois adolescentes dentro da instituição. O caso chocou a sociedade e evidenciou a precariedade do local, que, segundo o secretário, já vinha enfrentando problemas estruturais há muito tempo.
Armstrong destacou que a superlotação era um dos principais desafios do abrigo. O espaço, projetado para 20 crianças, chegou a abrigar mais de 40, misturando crianças e adolescentes, o que agravava os riscos. “Desde o primeiro dia à frente da secretaria, temos trabalhado para mudar essa realidade”, afirmou.
Providências e medidas adotadas
Diante da gravidade do caso, os dois adolescentes envolvidos no abuso foram imediatamente retirados do abrigo e apresentados à Justiça. Além disso, o secretário revelou que desde 15 de janeiro, já estava em contato com o Ministério Público para discutir melhorias na unidade, incluindo o fechamento de um buraco por onde adolescentes entravam e saíam sem controle.
Outro ponto abordado foi a falta de estrutura e suporte adequado para os profissionais que atuam no acolhimento. Armstrong reforçou que a coordenação da unidade sempre notificou as autoridades sobre os problemas enfrentados, mas sem o devido respaldo e condições para atuar de forma eficaz.
“Não podemos culpabilizar a coordenação. A Keylane, por exemplo, é uma profissional extremamente competente, mas sem recursos, ninguém consegue fazer milagres. Agora, temos dois coordenadores para reforçar o trabalho e melhorar o atendimento”, explicou o secretário.
Assistência social e integração com outras políticas públicas
Além das falhas estruturais, Armstrong ressaltou que muitos dos acolhidos apresentam históricos de vulnerabilidade extrema, incluindo envolvimento com drogas. Para ele, essa questão não é apenas da assistência social, mas também da saúde, e a integração com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) é fundamental para o atendimento adequado.
O secretário ainda pontuou que o problema vai além do Acolhimento Esperança, mencionando a situação precária de outros abrigos na cidade, como o acolhimento para idosos e pessoas com deficiência, além do Centro Pop, que atende moradores em situação de rua.
“Estamos tomando providências para melhorar a estrutura desses espaços. No Centro Pop, por exemplo, estamos negociando com o dono do imóvel para realizar reformas e garantir mais segurança para acolhidos e profissionais”, garantiu.
Abrigo não é lar: o papel da família e da Justiça
Armstrong enfatizou que o acolhimento institucional deve ser a última alternativa e que a prioridade é trabalhar a recuperação das famílias para que as crianças possam retornar ao lar. Ele citou casos de mães que, após tratamento e acompanhamento social, puderam reassumir a guarda de seus filhos.
“Abrigo não é lugar definitivo para ninguém. O ideal é que a criança volte para casa, desde que haja condições para isso. O papel da Justiça e do Ministério Público é fundamental nesse processo, pois só eles podem determinar a saída de um menor do acolhimento”, concluiu.
Conclusão
A entrevista coletiva do secretário expôs a dura realidade do Acolhimento Esperança e de outras unidades assistenciais da cidade. O caso de abuso sexual reforçou a urgência de mudanças estruturais e de gestão, e a Secretaria de Assistência Social garante que já está tomando medidas para melhorar as condições desses espaços. O desafio, porém, continua sendo garantir políticas públicas eficazes que promovam um atendimento digno e seguro para as crianças, adolescentes e demais grupos em situação de vulnerabilidade.
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