Investidores aguardam medidas para cortar despesas do governo, mas falta de clareza preocupa; resultados negativos nas contas externas e na balança comercial elevam a tensão sobre a economia brasileira
O dólar, a moeda americana, subiu e chegou a R$ 5,75, um dos maiores valores dos últimos tempos. Essa alta mostra que o mercado financeiro brasileiro está num momento de preocupação, especialmente enquanto espera que o governo anuncie cortes de gastos para controlar melhor as contas públicas.
Mas por que isso está acontecendo? Vamos explicar de forma simples.
Para começar, quando o governo gasta mais do que arrecada, ele acaba precisando se financiar, o que pode levar ao aumento da dívida pública. Esse aumento de dívida preocupa os investidores e o mercado em geral, porque existe o risco de o país não conseguir pagar essas dívidas no futuro. Se o governo mostra sinais de que vai cortar gastos, isso pode ajudar a reduzir essa preocupação, pois menos gastos significam menos necessidade de se endividar. Por isso, o mercado fica mais tranquilo quando acredita que o governo vai reduzir as despesas.
Nos últimos dias, o mercado estava atento às promessas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de reduzir as despesas do governo. Desde outubro, a equipe econômica do governo tem falado da importância de diminuir os gastos para equilibrar o orçamento do país. Agora que as eleições passaram, investidores esperam saber como e quando essas mudanças vão acontecer.
Outro motivo que aumenta a tensão é a entrada de dinheiro no país. Em setembro, por exemplo, o investimento direto no Brasil, que é o dinheiro que vem de outros países para apoiar empresas e projetos nacionais, ficou abaixo do esperado. Para o mercado, menos dinheiro vindo de fora enfraquece a economia, porque há menos recursos circulando, menos empregos sendo gerados, e até menor produção.
Além disso, as contas do Brasil com o resto do mundo estão negativas, com um déficit de US$ 6,53 bilhões, enquanto o esperado era de US$ 5 bilhões. Esse déficit inclui o que o Brasil exporta e importa e outros gastos com serviços e transferências internacionais. Quando o país gasta mais do que ganha nessas transações, é um sinal de que nossa economia pode estar desequilibrada. E isso preocupa o mercado, que reage com cautela.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, também foi afetado por essa situação. Após subir um pouco no último pregão, ele voltou a cair e atingiu 130.907 pontos. Essa oscilação, ou seja, essas variações de alta e baixa, refletem a insegurança dos investidores, que ainda não viram o governo agir concretamente para reduzir os gastos.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou recentemente, em uma reunião com investidores, que o Brasil precisa adotar um “choque fiscal positivo”. Isso significa que o país precisa mostrar medidas firmes para controlar os gastos públicos se quiser reduzir os juros, que têm sido altos para conter a inflação.
Assim, enquanto aguardam um anúncio do governo sobre o corte de despesas, os investidores ficam atentos aos próximos dados econômicos, especialmente os de emprego e de gastos do setor público, que serão divulgados nos próximos dias. Esses dados ajudarão a entender melhor o ritmo da economia e indicar se o governo realmente conseguirá equilibrar as contas do país.
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