O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma aparição inesperada na cúpula dos BRICS na Rússia, nesta terça-feira, em Kazan, capital da República do Tartaristão. A viagem de Maduro, que não estava inicialmente prevista, ocorreu no mesmo dia do início do encontro de chefes de Estado do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A Venezuela já havia solicitado sua adesão ao grupo, contando com o apoio crucial da Rússia, liderada por Vladimir Putin.
Fontes em Caracas afirmaram que a decisão de última hora de Maduro viajar à Rússia está ligada às dificuldades enfrentadas pelo país para ser aceito no BRICS. A resistência mais significativa vem do Brasil, cuja posição foi explicitada por Celso Amorim, assessor internacional da Presidência. Amorim afirmou que o Brasil “não considera oportuna a entrada da Venezuela” e que “não vê vantagens” em tal incorporação no momento.
Em um momento de crescente tensão geopolítica, Maduro declarou que a presença da Venezuela na cúpula representa um “avanço significativo para a geopolítica global”. Contudo, o posicionamento do Brasil foi firme. “Não somos inimigos da Venezuela, mas estamos insatisfeitos com a situação no país”, disse Amorim, sugerindo que o relacionamento poderia melhorar se as circunstâncias mudarem.
Antes da chegada de Maduro, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, representava o país na cúpula, respondendo ao convite feito pela Rússia, que é o maior apoiador da inclusão da Venezuela no BRICS. Observadores apontam que a viagem repentina de Maduro reflete a percepção de que “somente uma pressão muito forte” poderia alterar a postura de resistência, particularmente a do Brasil.
Essa movimentação inesperada pode ser vista como um esforço estratégico de Maduro para tentar garantir um lugar no bloco, mesmo diante de desafios internos e externos. A posição do Brasil, segundo especialistas, é central para qualquer decisão futura sobre a expansão do BRICS, um bloco que vem ganhando cada vez mais relevância no cenário global.
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