Neste domingo, 13 de outubro, mais de 2 milhões de devotos participaram da principal procissão do Círio de Nazaré, uma celebração religiosa que acontece anualmente em Belém, Pará. O evento, que ocorre há mais de dois séculos, celebra a devoção a Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado, e é uma das maiores manifestações de fé no Brasil e no mundo.
Além de mobilizar multidões em outubro, o Círio também movimenta a economia da capital paraense. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), aproximadamente 89 mil turistas deverão passar por Belém durante o evento, gerando um impacto econômico estimado em R$ 189 milhões. A movimentação não se limita à procissão deste domingo: ao longo do mês, a cidade tem registrado grande fluxo de visitantes, com hotéis e restaurantes operando com capacidade máxima.
O Aeroporto Internacional de Belém, por exemplo, viu o número de passageiros aumentar 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para atender à demanda, foram disponibilizados cerca de 3 mil voos, incluindo 90 extras, durante o período do Círio.
A festa religiosa também impulsiona o comércio local, especialmente o de artigos religiosos, como velas, terços e imagens de Nossa Senhora de Nazaré. Francisco Andrade, vendedor ambulante na região da Basílica de Nazaré, observa que os fiéis não apenas rezam, mas também compram lembranças que se tornam símbolos de sua fé. “Os peregrinos levam produtos religiosos como souvenir, o que ajuda a manter as lojas e os vendedores locais”, comenta Andrade.
Empreendedores locais comemoram o aumento das vendas. Maria de Lourdes Ferreira, que trabalha há mais de 40 anos em uma loja de artesanato, afirma que o Círio é a época de maior movimento. “Os turistas querem levar lembranças, especialmente artesanato feito aqui no Pará. É um período intenso de trabalho”, ressalta. A vendedora ambulante Sílvia Ondina, que trabalha há 17 anos em frente à Basílica, também celebra o impacto positivo. “Nessa época do ano, as vendas aumentam muito. O que conseguimos vender paga as taxas e ainda sobra lucro”, conta.
Outro vendedor, Dionis de Souza, que trabalha há oito anos na Praça da Basílica, confirma a intensa rotina durante o Círio. “Acordo às quatro da manhã e só volto às dez da noite. Nos dias de maior movimento, nem conseguimos atender todo mundo”, relata.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, destaca a importância do Círio não apenas como manifestação religiosa, mas também como motor econômico para Belém. “O evento gera oportunidades para os setores de turismo, comércio e serviços, além de projetar a capital paraense como um destino turístico de destaque”, afirma o ministro.
A visibilidade internacional de Belém foi reforçada recentemente com eventos como o Encontro de Ministros do Turismo do G20, realizado na cidade, que atraiu representantes de 44 países. Muitos dos participantes elogiaram as belezas naturais e a gastronomia da região, consolidando a imagem de Belém como um dos principais destinos turísticos da Amazônia.
Este ano, o Ministério do Turismo marca presença na festa pelo segundo ano consecutivo, com um espaço dedicado na Avenida Nazaré, por onde passa a procissão, fortalecendo a promoção de Belém como um dos grandes centros culturais e religiosos do Brasil.
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