Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, dono do laboratório responsável pela testagem dos órgãos transplantados que resultaram na infecção de seis pacientes com HIV no Rio de Janeiro, não possui formação médica. Aos 33 anos, Vieira é graduado em Engenharia de Controle e Automação e mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mas não tem qualquer formação na área da saúde.
O laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme), de propriedade de Vieira, foi contratado pela Fundação Saúde, uma empresa pública ligada ao governo do Rio de Janeiro. Após os casos de contaminação, o laboratório está sendo investigado pelas autoridades, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Além do PCS-Saleme, Matheus Vieira também é proprietário da Quântica Serviços de Radiologia, uma empresa com capital social de R$ 150 mil, e possui outras empresas como a M.S.T.B. Vieira e a Aremberg Participações, que atuam em áreas de tecnologia e gestão de fundos. Apesar da extensa atuação empresarial, Vieira não tem qualificação na área médica, o que levanta ainda mais questões sobre o funcionamento do laboratório.
Outro ponto que chama atenção é o fato de Matheus Vieira ser primo do deputado federal Luiz Antônio Teixeira Junior, o Doutor Luizinho (PP-RJ), que já foi secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e de Nova Iguaçu, cidade onde a empresa de Vieira está registrada.
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) anunciou a criação de uma comissão multidisciplinar para prestar apoio aos pacientes infectados com o HIV após receberem os transplantes. Em conjunto com o MPRJ, a Anvisa já interditou o laboratório PCS-Saleme após constatar irregularidades graves, como a ausência de kits para exames de sangue essenciais, além da falta de comprovação de compra dos itens por meio de notas fiscais.
Até o momento, seis pessoas foram confirmadas como infectadas pelo vírus HIV após receberem órgãos testados pelo laboratório de Vieira. As investigações continuam, e novos desdobramentos são esperados.
Seis pacientes que aguardavam na fila de transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos contaminados pelo HIV, provenientes de dois doadores, e agora testaram positivo para o vírus. O incidente, inédito no histórico de transplantes do estado, foi revelado pela BandNews FM e confirmado por diversos veículos de comunicação. A SES-RJ, juntamente com o Ministério da Saúde, Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Polícia Civil e Conselho Regional de Medicina (Cremerj), está investigando o ocorrido.
De acordo com a SES-RJ, o erro ocorreu em dois exames realizados pelo laboratório privado PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. A unidade foi contratada pela SES-RJ em dezembro de 2023, após vencer uma licitação no valor de R$ 11 milhões, para realizar a testagem sorológica dos órgãos doados. O laboratório, que agora está interditado pela Coordenadoria Estadual de Transplantes e pela Vigilância Sanitária Estadual, também está sendo investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil.
A Anvisa identificou que o laboratório não possuía os kits necessários para realizar os exames de sangue, além de não ter apresentado as notas fiscais que comprovassem a compra desses itens, o que sugere que os exames podem não ter sido realizados adequadamente.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu um inquérito civil para investigar as irregularidades e destacou que está disponível para ouvir as famílias afetadas, além de prestar assistência personalizada aos envolvidos. Em resposta, o laboratório PCS afirmou que iniciou uma sindicância interna e garantiu que, durante o período de prestação de serviços à Fundação de Saúde, foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelas autoridades de saúde.
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