No próximo dia 15 de agosto, o Estado do Pará comemorará o 201º aniversário de sua adesão à independência do Brasil. A data, conhecida como Dia da Adesão do Pará, marca a integração oficial da Província do Grão-Pará ao Império Brasileiro, um ano após a Declaração da Independência.
A adesão do Pará, ocorrida em 15 de agosto de 1823, foi um evento formalizado com a assinatura de um documento no Palácio Lauro Sodré, encerrando assim a influência portuguesa na região. No entanto, esse processo não foi tranquilo. Devido à forte presença da elite lusitana e aos interesses políticos e econômicos que mantinham o Grão-Pará alinhado com Portugal, houve resistência significativa à independência.
Dom Pedro I, para forçar a adesão, enviou o comandante inglês John Grenfell ao Pará. Grenfell ameaçou bloquear o acesso ao porto de Belém com uma frota que, segundo se revelou mais tarde, não estava presente. Essa ameaça acabou levando as autoridades locais a assinar o termo de adesão. A ata, que contém 107 assinaturas, está hoje no Arquivo Público do Estado.
A professora Magda Ricci, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destaca que a adesão foi crucial para o início da formação de uma identidade brasileira entre os paraenses, que até então tinham fortes vínculos com Portugal. “Foi o primeiro passo para a formação de uma identidade patriótica maior”, explica Ricci, embora o processo tenha sido longo e repleto de desafios.
A resistência à independência se deve, em parte, às estreitas relações comerciais e sociais com Portugal, facilitadas pela proximidade e pelas rotas de navegação mais rápidas para Lisboa. Após a independência, a relação do Pará com as Cortes de Lisboa esfriou, e a resistência local tornou-se evidente, com a adesão formal ocorrendo sob um ambiente de tensão.
Três meses após a adesão, uma revolta militar em Belém resultou na morte de 256 paraenses, conhecidos como os mártires do Brigue Palhaço. Esse episódio trágico simbolizou a dificuldade de transição para o novo regime e deu início a uma série de revoltas, culminando na Cabanagem de 1835.
Ricci observa que a independência não trouxe mudanças significativas para os mais pobres e os escravos, e o sentimento de identidade paraense começou a se fortalecer. A construção da identidade brasileira no Norte do Brasil continuou a evoluir, refletindo a necessidade de uma cidadania mais inclusiva e justa, uma luta que persiste até os dias atuais.
O 15 de agosto, portanto, não é apenas um dia de celebração, mas também um momento de reflexão sobre os desafios históricos e as transformações contínuas na construção da identidade nacional brasileira.
Celebra 201 Anos de Adesão à Independência do Brasil
No próximo dia 15 de agosto, o Estado do Pará comemorará o 201º aniversário de sua adesão à independência do Brasil. A data, conhecida como Dia da Adesão do Pará, marca a integração oficial da Província do Grão-Pará ao Império Brasileiro, um ano após a Declaração da Independência.
A adesão do Pará, ocorrida em 15 de agosto de 1823, foi um evento formalizado com a assinatura de um documento no Palácio Lauro Sodré, encerrando assim a influência portuguesa na região. No entanto, esse processo não foi tranquilo. Devido à forte presença da elite lusitana e aos interesses políticos e econômicos que mantinham o Grão-Pará alinhado com Portugal, houve resistência significativa à independência.
Dom Pedro I, para forçar a adesão, enviou o comandante inglês John Grenfell ao Pará. Grenfell ameaçou bloquear o acesso ao porto de Belém com uma frota que, segundo se revelou mais tarde, não estava presente. Essa ameaça acabou levando as autoridades locais a assinar o termo de adesão. A ata, que contém 107 assinaturas, está hoje no Arquivo Público do Estado.
A professora Magda Ricci, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destaca que a adesão foi crucial para o início da formação de uma identidade brasileira entre os paraenses, que até então tinham fortes vínculos com Portugal. “Foi o primeiro passo para a formação de uma identidade patriótica maior”, explica Ricci, embora o processo tenha sido longo e repleto de desafios.
A resistência à independência se deve, em parte, às estreitas relações comerciais e sociais com Portugal, facilitadas pela proximidade e pelas rotas de navegação mais rápidas para Lisboa. Após a independência, a relação do Pará com as Cortes de Lisboa esfriou, e a resistência local tornou-se evidente, com a adesão formal ocorrendo sob um ambiente de tensão.
Três meses após a adesão, uma revolta militar em Belém resultou na morte de 256 paraenses, conhecidos como os mártires do Brigue Palhaço. Esse episódio trágico simbolizou a dificuldade de transição para o novo regime e deu início a uma série de revoltas, culminando na Cabanagem de 1835.
Ricci observa que a independência não trouxe mudanças significativas para os mais pobres e os escravos, e o sentimento de identidade paraense começou a se fortalecer. A construção da identidade brasileira no Norte do Brasil continuou a evoluir, refletindo a necessidade de uma cidadania mais inclusiva e justa, uma luta que persiste até os dias atuais.
O 15 de agosto, portanto, não é apenas um dia de celebração, mas também um momento de reflexão sobre os desafios históricos e as transformações contínuas na construção da identidade nacional brasileira.
Mín. 20° Máx. 33°
Mín. 21° Máx. 34°
Chuvas esparsasMín. 21° Máx. 32°
Chuva