Vaticano, 7 de agosto de 2024 – O sermão do Papa Francisco foi inesperadamente interrompido nesta quarta-feira (7) por ativistas ambientais do grupo Peta, que realizaram um protesto contra as touradas em países da Europa. A manifestação ocorreu durante uma audiência no auditório Paulo VI, que estava lotado de fiéis.
Os ativistas invadiram o local exibindo cartazes com os dizeres: “Tourada, o pecado capital”. A guarda do Vaticano precisou intervir rapidamente para conter a ação dos manifestantes e restaurar a ordem. Durante a confusão, o Papa Francisco interrompeu seu discurso e observou calmamente o grupo até que os manifestantes fossem retirados do auditório.
Após o incidente, a ONG Peta assumiu a responsabilidade pelo protesto. Em uma declaração oficial, a organização afirmou que a intenção era pressionar o Papa a se posicionar publicamente contra as touradas, uma prática que eles associam a tradições católicas em alguns países europeus.
“O objetivo do protesto foi chamar a atenção do mundo e do Papa Francisco para a ligação entre as touradas e a religião católica”, afirmou a Peta em comunicado. “Todos os anos, dezenas de milhares de touros são atormentados e abatidos em festivais de touradas ao redor do mundo, muitos dos quais são realizados em homenagem a santos católicos.”
A Peta destacou que a prática das touradas ainda é prevalente em diversas regiões da Europa, particularmente na Espanha, Portugal e sul da França. A ONG argumenta que, além de serem uma forma de crueldade animal, esses eventos são, muitas vezes, justificados em nome da tradição religiosa, o que, segundo eles, é uma distorção dos princípios de compaixão e respeito à vida defendidos pela igreja.
Até o momento, o Vaticano não emitiu uma declaração oficial em resposta ao protesto. Entretanto, a interrupção do sermão pelo Papa Francisco e sua paciência em aguardar a retirada dos ativistas sem retomar o discurso imediatamente foram vistas como um gesto de abertura ao diálogo.
Este incidente ressalta a crescente pressão de grupos de direitos dos animais e ambientalistas para que líderes religiosos e políticos se pronunciem contra práticas que consideram arcaicas e cruéis. Com o crescente movimento global em defesa dos direitos dos animais, espera-se que a Igreja Católica possa eventualmente abordar a questão das touradas e suas associações culturais e religiosas.
O protesto gerou reações diversas entre os fiéis presentes e nas redes sociais. Muitos apoiaram a iniciativa da Peta, destacando a necessidade de uma mudança de mentalidade em relação aos direitos dos animais, enquanto outros criticaram a interrupção de um evento religioso como sendo desrespeitosa.
Especialistas em ética animal apontam que a intervenção da Peta, apesar de controversa, trouxe à tona uma discussão importante sobre a ética por trás das touradas e seu lugar em uma sociedade moderna. “É crucial que instituições influentes como a Igreja Católica revisitem suas tradições e práticas associadas, especialmente aquelas que envolvem sofrimento animal”, comentou a professora Maria Alvarez, especialista em ética animal na Universidade de Lisboa.
Com a atenção mundial voltada para o Vaticano, resta saber se o Papa Francisco abordará publicamente a questão das touradas em suas futuras declarações ou homilias. Conhecido por suas posições progressistas em relação a diversas questões sociais, o Papa já manifestou anteriormente sua preocupação com a preservação do meio ambiente e o cuidado com a criação, o que pode indicar uma possível abertura para considerar as demandas dos ativistas.
A expectativa agora gira em torno de um possível pronunciamento do pontífice que possa influenciar uma mudança cultural significativa nos países onde as touradas são vistas como parte integrante da tradição religiosa e cultural.
Este episódio no Vaticano é mais um capítulo na crescente demanda global por mudanças nas práticas culturais que envolvem crueldade animal, e a resposta da Igreja Católica pode ser um passo importante na direção de um mundo mais compassivo e ético em relação aos animais.
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