Na última sexta-feira (16), uma operação da Polícia Federal revelou uma fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), envolvendo um estudante de medicina, André Rodrigues Ataíde, de 23 anos. As investigações apontam que Ataíde utilizava documentos falsos para realizar as provas no lugar de outros candidatos, possibilitando a entrada de pelo menos dois deles no curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Marabá.
A descoberta dessa fraude lança um alerta sobre possíveis vulnerabilidades no atual modelo de aplicação do Enem, que é uniforme em todo o país. As denúncias que levaram à operação foram originadas por duas fontes anônimas, e as investigações subsequentes identificaram a substituição de candidatos durante o exame.
Moisés Oliveira Assunção, de 25 anos, foi um dos candidatos que teria sido substituído por Ataíde. As evidências apontam que este último realizou a prova utilizando uma identidade falsa em nome de Assunção, garantindo-lhe uma vaga no curso de Medicina da UEPA sem sequer redigir a redação.
A descoberta da fraude ocorreu após análises minuciosas das assinaturas e padrões de caligrafia nas provas. Além disso, mensagens trocadas por um dos candidatos durante o horário do exame reforçaram a suspeita de sua ausência física na sala de prova.
André Rodrigues Ataíde já tinha um histórico fraudulento, tendo sido identificado como responsável por uma fraude semelhante no Enem de 2022, onde fez as provas no lugar de outro candidato, Eliesio Bastos Ataíde, utilizando novamente documentos falsificados.
Os envolvidos responderão em liberdade por falsidade ideológica e uso de documento falso, enquanto as investigações prosseguem para determinar se outros exames ou concursos foram alvo do esquema. Os advogados dos acusados alegam inocência e afirmam que os três são amigos. A Universidade do Estado do Pará manifestou colaboração com as investigações e aguarda o desfecho do caso.
A revelação dessa fraude choca a comunidade acadêmica, representada por Lucas Amorim, vice-presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina/UEPA, que expressa surpresa diante da gravidade do ocorrido. A fraude no Enem, além de comprometer a integridade do processo seletivo, coloca em xeque a confiabilidade dos sistemas de avaliação e destaca a necessidade de medidas mais rigorosas para prevenir e detectar fraudes futuras.
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